O governo do presidente Lula deve bloquear cerca de R$ 10 bilhões em emendas parlamentares para compensar a queda de arrecadação provocada pela rejeição de uma Medida Provisória (MP) que buscava reforçar o caixa federal em 2026, ano de eleições.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), confirmou que o corte está nos planos da equipe econômica.
“Haverá contingenciamento de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões só de emendas. Vamos buscar alternativas para manter a arrecadação, mas essa é uma consequência inevitável”, afirmou.
A MP que propunha uma solução para evitar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) perdeu validade após ser retirada da pauta da Câmara.
A derrota do Planalto ficou clara quando o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o Centrão formaram uma aliança contra qualquer medida que elevasse a carga tributária.
Governo reage com ofensiva política
Após o novo revés, o Planalto deve intensificar sua atuação política e de comunicação. Ministros do PT avaliam que o partido repetirá a estratégia usada contra a PEC da Blindagem, quando manifestações nas ruas ajudaram a barrar a proposta no Senado.
Agora, a legenda aposta em ampliar a campanha nas redes sociais sob o lema “taxação BBB” — uma referência a “bilionários, bets e bancos” — para sustentar o discurso de que os mais ricos devem pagar mais impostos.
O objetivo é defender a promessa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
A nova propaganda do PT, que começou a circular nesta quinta-feira (9/10), reforça essa narrativa.
“Que País você quer? O que mantém privilégios para os super-ricos? Ou o que taxa quem é bilionário para zerar o imposto de quem ganha menos?”, questiona o vídeo.
Na tentativa de aprovar a MP, o governo chegou a desistir de elevar a tributação das plataformas de apostas online, as chamadas bets — mas sem sucesso.
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