Clique Notícias Brasil (CNB) – Uma mulher indígena da etnia Maraguá denunciou que foi vítima de múltiplos estupros cometidos por policiais militares dentro da 53ª Delegacia de Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas. Segundo o relato, os abusos ocorreram entre os dias 27 de junho e 1º de julho deste ano, período em que ela esteve sob custódia da polícia.
A vítima afirma que foi levada à delegacia após ser detida em uma ação policial. Durante o período em que esteve presa, segundo ela, foi estuprada diversas vezes por agentes da Polícia Militar, mesmo estando acompanhada do filho recém-nascido.
“Eu estava com meu filho de colo e eles fizeram isso mesmo assim. Foram vários dias. Eu gritava, mas ninguém fazia nada”, declarou a vítima.
O caso foi revelado por meio de uma representação apresentada ao Ministério Público Federal (MPF) e à Defensoria Pública da União (DPU), que solicitaram providências às autoridades competentes. Segundo os órgãos, há indícios graves de violação dos direitos humanos e da dignidade da mulher indígena.
Em nota, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) informou que instaurou um procedimento para apurar a denúncia e que os policiais citados foram afastados das funções operacionais. “A Corregedoria-Geral já está acompanhando o caso e tomará todas as providências cabíveis”, informou a corporação.
O Ministério Público Estadual também acompanha o caso e solicitou a realização de exames periciais e depoimentos de testemunhas. A mulher e o bebê foram acolhidos por uma organização de proteção a vítimas de violência.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) declarou que está em contato com a comunidade Maraguá e que dará apoio à vítima. “A Funai repudia toda forma de violência contra os povos indígenas e está tomando as medidas necessárias para garantir proteção à mulher e ao seu filho”, afirmou o órgão.
O caso gerou repercussão nacional e foi citado por entidades de direitos humanos como exemplo da vulnerabilidade enfrentada por mulheres indígenas em situações de custódia policial.
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