A federação União Progressista (UP) — formada por União Brasil e Progressistas (PP) — deve oficializar nesta terça-feira (2/09) a decisão de deixar a base do governo federal.
A medida impacta diretamente dois ministérios: o Turismo, comandado por Celso Sabino (União Brasil-PA), e o Esporte, sob André Fufuca (PP-MA).
Negociação de cargos e impacto político
Interlocutores do Planalto avaliam que, ao romper com o Executivo, a União Progressista também deveria abrir mão de cargos estratégicos que controla em estatais e órgãos federais.
O grupo é responsável pela indicação de Carlos Vieira para a presidência da Caixa Econômica Federal — nome que segue no cargo por enquanto. A federação também detém postos importantes na Codevasf e mantém influência na cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que indicou Waldez Góes para o Desenvolvimento Regional.
Para o governo, não há motivo para exigir a saída de Góes, visto como nome técnico, caso a federação desembarque da base.
A permanência de ministros de partidos que deixem o governo pode reforçar o discurso de que a União Progressista não está totalmente unida contra o presidente Lula — argumento que pode ser usado como ativo político em 2026.
Ministros relutam em sair
Nos bastidores, tanto Sabino quanto Fufuca resistem à ideia de serem afastados sozinhos. Apesar dos orçamentos reduzidos de suas pastas, os cargos funcionam como vitrine para seus projetos políticos no Pará e no Maranhão. Sabino, por exemplo, tem atuado nas negociações de obras ligadas à COP30, que será realizada em Belém em novembro, e gostaria de participar do evento como ministro.
Reunião e anúncio
O presidente do PP, Ciro Nogueira, e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda — que dividem a liderança da União Progressista — se reuniram nesta terça-feira para bater o martelo sobre o assunto. O anúncio oficial deve ocorrer nas próximas horas.
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