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Megaoperação com mais de 100 policiais resulta em apenas três prisões em Manaus: exagero ou estratégia?

O uso excessivo de eficiência levanta questionamentos sobre planejamento e prioridades de segurança pública.

Coronel Vinícius Almeida, titular da SSP-AM, participou da megaoperação que mobilizou mais de 100 policiais e prendeu ape as três pessoas (Foto: Arthur Castro/Secom)
Coronel Vinícius Almeida, titular da SSP-AM, participou da megaoperação que mobilizou mais de 100 policiais e prendeu apenas três pessoas (Foto: Arthur Castro/Secom)

Clique Notícias Brasil (CNB) – Na manhã desta terça-feira (28), o Governo do Amazonas deflagrou mais uma etapa da operação Choque de Ordem na região central de Manaus, mobilizando mais de 100 policiais civis e militares.

O saldo da ação? Apenas três prisões – uma em flagrante por tráfico de drogas e duas em cumprimento de mandatos de prisão.

O grande número de agentes envolvidos para um resultado modesto levanta dúvidas sobre a eficiência e a estratégia das forças de segurança do estado.

A operação

A operação aconteceu na Travessa Tabelião Lessa, conhecida como ‘Boca da Onça’, nas proximidades do Mercado Adolpho Lisboa.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), o objetivo era combater o tráfico de drogas e aumentar a sensação de segurança na área.

No entanto, uma mobilização elevada de segurança pública para capturar apenas três suspeitos gera críticas e reforça a percepção de que uma política de segurança pública pode estar mais preocupada com o impacto midiático do que com resultados efetivos.

Força desproporcional ou necessidade estratégica?

Para contextualizar, mais de 100 policiais – incluindo agentes da Polícia Civil, Polícia Militar, Companhia Independente com Cães (CIPCães) e unidades táticas – foram deslocados para uma operação que resultou na prisão de um suspeito de tráfico em flagrante e na captura de dois indivíduos já procurados pela Justiça.

Além disso, 15 pessoas foram conduzidas à delegacia para averiguação de antecedentes, mas sem desdobramentos significativos.

Veja o que disse o secretário de Segurança, Coronel Vinícius Almeida, obre a operação:

O grande contingente mobilizado contrasta com operações em outras áreas de Manaus, onde comunidades sofrem com a falta de policiamento ostensivo, investigações arrastadas e dificuldade em prender criminosos de alta periculosidade.

Se há 100 policiais disponíveis para prender três suspeitos, por que essa força não é usada em locais onde a violência e o tráfico atuam com ainda mais intensidade?

Segurança pública ou espetáculo midiático?

A presença ostensiva de policiais e o uso de cães farejadores pode ter criado uma sensação momentânea de segurança para comerciantes e moradores, mas a própria SSP-AM admite que a situação da Boca da Onça exige mais do que ações isoladas da polícia.

O subcomandante-geral da PMAM, coronel Thiago Balbi, informou que o problema na região vai além do combate ao crime e envolve questões sociais que impedem a participação de outros órgãos governamentais.

Se essa é uma medida paliativa, como afirmou o próprio coronel, qual o real impacto da operação? Em um estado onde facções criminosas dominam territórios, homicídios seguem em alta e o tráfico se expande, é justificado a alocação de mais de 100 policiais para um saldo tão modesto.

O alto custo de mobilização e o baixo número de prisões indicam uma possível desconexão entre o planejamento estratégico e as necessidades reais da população.

Enquanto isso, os verdadeiros chefes do crime continuam à solta, e a sensação de segurança promovida por operações como essa pode não passar de uma ilusão passageira.

Se o objetivo é combater o crime de maneira eficaz, talvez seja hora de compensar prioridades e estratégias – e garantir que a força policial seja utilizada onde realmente faz a diferença.

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