Clique Notícias Brasil (CNB) – O senador Eduardo Braga (MDB-AM) celebrou a eleição de Davi Alcolumbre (União-AP) como novo presidente do Senado para o biênio 2025-2027. No entanto, a recondução de Alcolumbre ao cargo – com um apoio expressivo de 73 senadores – reacende questionamentos sobre sua verdadeira dedicação às pautas do Amazonas e da Amazônia como um todo.
Braga, que liderou o apoio do MDB à candidatura do senador amapaense, exaltou a vitória do Aliado e expressou confiança na nova gestão. “Que Deus lhe dê luz e sabedoria na condução da Casa e faça com que o Poder Legislativo possa cada vez mais restabelecer o equilíbrio entre os poderes da República”, declarou Braga, ignorando o histórico de conchavos políticos e falta de atuação concreta de Alcolumbre em questões essenciais para o Norte do país.
Promessas antigas, resultados limitados
Davi Alcolumbre já ocupou a presidência do Senado entre 2019 e 2021 e, durante esse período, visitou o Polo Industrial de Manaus, prometendo defender a Zona Franca de Manaus (ZFM). No entanto, pouco se viu em termos de efetividade. Durante a Reforma Tributária, embora tenha sido discursado a favor do modelo, sua articulação não impediu ameaças constantes aos incentivos fiscais da ZFM.
Apesar do discurso conciliador, a preocupação com os interesses do Amapá e sua postura ambígua em relação ao Amazonas geram desconfiança. Para muitos, Alcolumbre demonstra maior habilidade em garantir sua permanência no poder do que em concretizar benefícios para a Amazônia.
Braga e a dependência política
Por sua vez, Eduardo Braga, que se coloca como defensor do Amazonas, mais uma vez reforça sua dependência de alianças com figuras como Alcolumbre, cujas prioridades nem sempre convergem com as necessidades do estado. O senador amazonense tenta se manter como um articulador de peso no MDB, mas sua influência tem sido questionada diante da dificuldade em garantir avanços reais para o Amazonas.
O Senado e o futuro da Amazônia
A ampla vitória de Alcolumbre – em um Senado onde a maioria dos parlamentares se alinha ao governo federal – reflete um cenário em que a manutenção do poder se sobrepõe a compromissos concretos. O discurso de unidade e progresso para a Amazônia continua a ser repetido, mas sem garantias de que sairá do papel.
Resta saber se, desta vez, Braga e Alcolumbre irão além das palavras e finalmente transformarão suas promessas em ações efetivas para o Amazonas e a região Norte.