Clique Notícias Brasil (CNB) – A Prefeitura de Manaus intensificou as ações para desocupar as vagas de estacionamento rotativo Zona Azul no centro da cidade, atualmente ocupadas por feirantes e comerciantes informais. Na fiscalização realizada pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman), na última segunda-feira (27), foram identificadas 58 vagas utilizadas de forma irregular nas proximidades do Mercado Adolpho Lisboa.
Os técnicos da Diretoria de Mobilidade Urbana da Ageman constataram que vendedores de frutas, verduras, artigos de pesca e até motocicletas ocupavam as vagas específicas ao serviço pago. As irregularidades foram registradas nas ruas Rocha dos Santos e Barão de São Domingos, áreas de alta movimentação comercial.
Medidas para liberar vagas
O diretor-presidente da Ageman, Elson Andrade, anunciou que um relatório será enviado à Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc) e ao Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU). A ideia é mobilizar os órgãos para reforçar a fiscalização e conscientização dos comerciantes.
“Esses vendedores precisam entender que, ao ocupar essas vagas, estão prejudicando seus próprios clientes, que deixam de vir ao Centro por falta de estacionamento disponível”, destacou Andrade.
Durante a operação, os comerciantes foram orientados sobre a irregularidade e anunciados para desocupar as vagas. No entanto, a entrega é vista por muitos como uma tentativa da Prefeitura de priorizar o lucro com o serviço de armazenamento rotativo em detrimento dos feirantes.
Sistema Zona Azul e custos
O serviço Zona Azul, administrado pela empresa Consórcio Amazônia, disponibiliza 5.225 vagas em Manaus, sendo 3.924 delas no Centro. Com uma cobrança de R$ 3,50 por hora, o sistema permite estacionar por até três horas na mesma vaga. A compra de créditos pode ser feita via aplicativo, Pix, QR Code, entre outros canais.
Embora o sistema tenha como objetivo organizar o trânsito e facilitar o acesso às áreas comerciais, muitos feirantes e comerciantes reclamam que a implementação da Zona Azul reduz o espaço de trabalho e afeta suas vendas.
Conflito entre feirantes e gestão do espaço público
A remoção dos feirantes do entorno do Mercado Adolpho Lisboa exemplifica um conflito maior sobre o uso do espaço público. Enquanto a Prefeitura defende a necessidade de regularização para o funcionamento do sistema rotativo, os comerciantes alertam para a falta de políticas inclusivas que conciliem as necessidades do comércio informal com a gestão urbana.
Essa promoção acendeu o debate sobre as prioridades da gestão municipal: atender às necessidades da população trabalhadora ou garantir maior receita com o estacionamento pago.