A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará desvios no INSS começa suas atividades nesta terça-feira (26/8) com uma pauta já repleta: 910 requerimentos aguardam análise.
Grande parte dos pedidos visa a convocação de pessoas ligadas ao escândalo, incluindo ex-ministros e gestores do INSS. Entre eles estão o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi e o atual ministro Wolney Queiroz.
Alguns requerimentos pedem a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto outros convidados incluem ex-presidentes Dilma Rousseff, Michel Temer e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja participação é facultativa.
A investigação se concentra em fraudes estimadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União em até R$ 6,3 bilhões, envolvendo descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas.
Quebra de sigilo e definições da comissão
Além das convocações, a CPMI recebeu 178 pedidos de quebra de sigilo — a maioria de dados bancários — e 172 solicitações para relatórios de inteligência financeira pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Do total de requerimentos, 65% foram protocolados pelo Senado e 75% pelos parlamentares da oposição ao governo.
A vice-presidência da comissão ainda precisa ser definida. Entre os nomes cotados estão Marcel van Hatten (Novo-RS), alinhado à oposição, e Duarte Jr. (PSB-MA), da base governista.
O colegiado terá até seis meses de funcionamento, prorrogáveis, e contará com 32 membros titulares. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) indicou a possibilidade de ampliar as investigações para fraudes em empréstimos consignados.
Enquanto a oposição aposta que a CPMI pode desgastar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), afirma que os trabalhos não serão politizados e visam responsabilizar os culpados e gerar novas políticas para prevenir fraudes futuras.
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