
O anúncio do governo Donald Trump sobre a redução de tarifas de importação para itens como café, carne vermelha, tomate e banana abriu espaço para algum alívio entre exportadores.
A medida, válida desde sexta-feira (14/11), reduz em 10% as chamadas tarifas recíprocas — cobradas igualmente de todos os países — com o objetivo de conter a inflação nos Estados Unidos.
Para o Brasil, porém, o impacto é limitado. O café brasileiro continua sujeito a uma sobretaxa de 40%, que permanece inalterada.
Essa cobrança adicional afeta diretamente a competitividade do produto no mercado americano e segue no centro das negociações entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio.
A tensão aumentou após uma fala de Trump no Air Force One. Questionado sobre a possibilidade de ampliar os cortes tarifários, o presidente norte-americano deu um recado claro de que não pretende avançar no tema: “Eu não acho que será necessário. Nós acabamos de fazer um pequeno recuo com alguns produtos, como o café, por exemplo. Os preços do café estavam um pouco altos e agora estarão mais baixos muito em breve.”
Sinal político preocupa Brasília
A declaração preocupa o governo Lula por dois motivos. Primeiro, porque reduz as expectativas de uma flexibilização futura da sobretaxa que pesa especificamente sobre o café brasileiro.
Segundo, porque sinaliza que Washington considera as concessões já realizadas suficientes para seu objetivo doméstico: reduzir preços internos e conter a pressão inflacionária.
O Itamaraty trabalha para reverter a sobretaxa e argumenta que a barreira penaliza injustamente produtores brasileiros.
A fala de Trump, contudo, indica que a Casa Branca não está disposta a abrir mão dessa proteção adicional no curto prazo.
Com as negociações ainda em andamento, o Brasil tenta evitar que a manutenção da sobretaxa prejudique um dos setores mais estratégicos do agronegócio nacional — e observa atentamente cada gesto vindo de Washington.
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