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Moraes, Zanin e Dino votam e STF tem maioria para manter prisão preventiva de Bolsonaro

O ex-presidente foi preso na manhã de sábado (22), após a Polícia Federal relatar ao STF novos acontecimentos que, na avaliação de Moraes, indicavam risco concreto de fuga e ameaça à ordem pública.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, abriu nesta segunda-feira (24/11) o placar pela manutenção da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde sábado (22/11), Bolsonaro tem sua situação analisada pela Primeira Turma da Corte.

O voto de Moraes foi acompanhado pelos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, formando 3 a 0 pela continuidade da detenção. Agora, falta apenas a ministra Cármen Lúcia registrar o voto — que poderá ser computado até as 20h desta segunda.

A análise ocorre no plenário virtual, sistema em que cada ministro insere seu voto eletronicamente. A sessão segue aberta até as 20h.

No voto desta segunda, Moraes afirmou que os elementos colhidos na audiência de custódia realizada no domingo (23) reforçam a necessidade da prisão preventiva. O ministro registrou que Bolsonaro agiu “de forma dolosa e consciente” ao danificar a tornozeleira eletrônica instalada como medida cautelar.

Durante a audiência, Bolsonaro disse que a violação do equipamento foi consequência de um surto provocado pela combinação de remédios psiquiátricos. Ele negou tentativa de fugir. Moraes, porém, destacou que o ex-presidente admitiu ter inutilizado o equipamento, o que configura falta grave e descumprimento da decisão judicial.

Por que Bolsonaro foi preso

O ex-presidente foi preso na manhã de sábado (22), após a Polícia Federal relatar ao STF novos acontecimentos que, na avaliação de Moraes, indicavam risco concreto de fuga e ameaça à ordem pública.

O contexto ganha peso diante da proximidade do início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses imposta a Bolsonaro no caso da trama golpista — processo em que ele foi apontado como líder da organização criminosa.

A decisão do relator se baseou principalmente em dois pontos:

  • a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica durante a madrugada, o que obrigou a substituição do aparelho;
  • a convocação pública de apoiadores para uma vigília diante da casa de Bolsonaro, vista como tentativa de tumultuar a fiscalização da prisão domiciliar.

A tornozeleira danificada

Um vídeo da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal mostra Bolsonaro admitindo que tentou interferir no equipamento. Ele relata ter usado uma solda e começado a mexer na tornozeleira na tarde de sexta-feira, alegando curiosidade.

Na audiência de custódia, Bolsonaro voltou a dizer que sofreu um “surto” provocado por interações de remédios prescritos por médicos diferentes. Segundo ele, tratam-se de medicamentos como pregabalina e sertralina, usados para transtornos psiquiátricos.

A defesa argumentou ao Supremo que o vídeo evidencia seu estado mental alterado — fala arrastada, confusão — e insistiu que não houve intenção de fuga. Os advogados apresentaram laudos médicos e pediram que Bolsonaro volte à prisão domiciliar por razões de saúde.

O que Bolsonaro contou à juíza

No depoimento, Bolsonaro afirmou:

  • que vinha tendo episódios de “paranoia” por causa dos medicamentos;
  • que seu sono estava desregulado;
  • que, por ter curso na área, resolveu mexer na tornozeleira com um ferro de soldar;
  • que começou a fazer isso por volta da meia-noite, mas interrompeu o procedimento e avisou os agentes;
  • que não se lembra de ter vivido um surto semelhante antes;
  • e que não pretendia fugir.

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