Clique Notícias Brasil (CNB) – A Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi palco de um intenso debate nesta quarta-feira (12) sobre o reajuste de 12,32% na tarifa de água e esgoto, em vigor desde janeiro. Os vereadores Rodrigo Guedes (PP) e Raulzinho (MDB) protagonizaram a discussão, com posicionamentos opostos sobre a medida.
Reajuste gera críticas e cobranças por transparência
O vereador Rodrigo Guedes criticou duramente a decisão da Prefeitura de Manaus e da concessionária Águas de Manaus.
Segundo ele, o aumento ocorreu sem transparência e em desacordo com o artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, que exige divulgação prévia.
“Desde janeiro, todos os manauaras estão pagando 12,32% a mais na conta de água. O problema é que isso foi feito sem ampla divulgação. Nem os vereadores foram informados. Descobri ontem, após horas de investigação”, declarou Guedes.
O parlamentar também destacou a falta de informação nos canais oficiais.
“No site da Águas de Manaus, a informação está escondida em letras miúdas. O consumidor deveria ter sido notificado de forma clara, conforme determina a lei”, acrescentou.
Guedes pediu a intervenção da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman) para garantir mais transparência nas decisões que impactam a população.
Raulzinho defende legalidade do reajuste
Por outro lado, o vereador Raulzinho rebateu as críticas e afirmou que o aumento está previsto em contrato. Ele acusou Guedes de usar o tema para ganhar destaque.
“Todos os anos há reajuste na tarifa de água. Isso está estabelecido em contrato e precisa ser cumprido. O prefeito não criou essa regra, ele apenas segue o que já estava definido”, argumentou.
Raulzinho também criticou a abordagem do colega.
“Esse tipo de discurso coloca a população contra a prefeitura de forma injusta. Precisamos manter um debate mais qualificado”, completou.
Prefeito se manifesta sobre a medida
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), defendeu o reajuste em entrevista a uma emissora de televisão. Segundo ele, a prefeitura não pode impedir o aumento, pois ele é uma obrigação contratual.
“O que podemos fazer é negociar o parcelamento desses reajustes para minimizar o impacto”, afirmou Almeida.
Apesar da justificativa, nem o prefeito nem Raulzinho comentaram sobre a falta de divulgação prévia do aumento, ponto central da crítica de Guedes.
A discussão entre os vereadores deve continuar na CMM, com cobranças por maior transparência e questionamentos sobre o impacto do reajuste para os consumidores manauaras.
LEIA MAIS: